Quantas não foram as vezes que pensei em me afastar, sumir definitivamente da sua vida.
Mandei você embora. Mudei o número do telefone.
Tentei não atender as chamadas. Juro que tentei.
Mas você não deixou e não deixa. E, eu, no fundo, também não quero.
Só de pensar na ausência, no adeus, meu coração sangra.
Eu quero quebrar as correntes, soltar as amarras que me prendem a você.
Mas, ao mesmo tempo, não me esforço o suficiente para isso.
Quero ouvir a sua voz, quero sentir o toque das suas mãos.
Você me deixa doida, e eu quero ficar só...
Sei que minha vida ficaria vazia tão logo você partisse...
É praticamente impossível viver ao seu lado,
pois você mente, engana e me faz sofrer.
Mas, como viver sem você?
Você me enaltece, me derruba, me alegra, me entristece...
Você me fortalece e, ao mesmo tempo, me enfraquece.
Me deixa esperando, chega sem avisar.
Você me faz rir, você me faz chorar.
Você me trata mal, me ignora, desaparece.
Do nada volta, seduz, alucina. Me deixa, sem me largar.
Você me liberta, mas me mantém presa.
Você me faz lutar por seu amor como se lutasse por mim mesma
e me faz sentir que a vida não tem valor sem você.
Ah! Eu te odeio.... Quero que suma, que vá embora, que me deixe em paz.
Quero que saia da minha vida, da minha mente e do meu coração.
Mas, ao mesmo tempo, quero que me telefone. Quero que me procure.
Quero você aos meus pés.
E, finalmente, descubro que amo você cada vez mais.
Meu amor aumenta e não consigo me desvencilhar.
Sofro e aceito o sofrimento
Em troca de alguns momentos.
Texto de Sandra Cristina Pedri publicado em:
POESIA, diversos autores. Antologia de poetas brasileiros contemporâneos. Rio de Janeiro: CBjE. Volume 13 - 1a Edição - dez. 2004, p 66-67.